Situação actual: Cansada e com Dores.
O meu corpo começa a morrer pouco a pouco. Sinto todas as minhas forças esvaírem-se por entre as veias do meu corpo e a dor passar de fininho como quem se faz de um bom amigo. Médico? Nem vê-lo. Segundo alguém é apenas fruto da minha imaginação de criança que espera desesperadamente a morte numa doença inútil. O meu corpo começou a rejeitar tudo, o que como, o que bebo, as sensações boas e começou a gostar da dor, a dor de quem necessita algo e não o pode ter pois o seu corpo está gravemente ferido daquela guerra em que acabou de sair e de onde não queria ter voltado.
O erro? Não reparar mais cedo que este frágil corpo humano era fraco de mais para conseguir batalhar com todos os outros soldados desta guerra.
O benefício? Encontrar companheiros capazes de nos seguir para além desta guerra, para além dos imaginários e no meio dos companheiros, alguém mais que isso, alguém que daria a vida por ti, não, talvez não desse.
Hoje encontro-me aqui à beira do abismo, sentada pergunto-me qual o próximo passo para cair. O corpo, as chantagens constantes de pessoas que deveria considerar importantes, a dor de amar.
No abismo encontrei-te, escrevi nas estrelas, ganhei um refúgio, um abrigo secreto onde só tu e eu podíamos entrar, mas agora, no meio das tuas dúvidas e das minhas incertezas, pedra por pedra deste nosso abrigo começa a desabar.
Pergunto-me se esta noite terá sido uma má noite como foi para mim, as lágrimas que não queriam parar de correr, o olhar para o telemóvel sem vida, o brilho do olhar que se foi, o telefonema de apoio que veio juntamente com mais lágrimas.
Não me arrependo das decisões que tomo, sei o que quero. Talvez não estivesses preparado para que um furacão como eu entrasse na tua vida.
Peço-te que não destruas o refúgio, esse sítio onde me voltei a encontrar e a ter forças para combater os males do meu corpo, mas de momento a única coisa limpa, clara no meio disto é a dor.
A frase que se encontra na minha cabeça: O nosso erro foi voltar a amar.