domingo, 29 de maio de 2011

A Perfeição e o Demónio


Vulnerável.
É assim que me sinto cada vez mais ao olhar nos teus olhos, é isso que me faz pensar em como a minha vida nunca foi mais que meras vivências passadas no quente frio de memórias algures perdidas na minha mente. Agora olhando-te nos olhos, sinto que me perdi, perdi-me pelo caminho da escuridão. 
A tua pele branca faz-te parecer um anjo, mas ambos sabemos o teu segredo. Por trás dessa aparência celestial existe o pior dos demónios.
Olhei nos teus olhos e roubaste-me a alma, roubaste-me tudo, deixaste-me as marcas das tuas chamas pelo meu corpo, reacendeste a chama infernal que há muito tinha apagado no meu ser. Fizeste o meu lado maligno voltar, fizeste-me ir para o lado das trevas com um beijo.
Chamas o meu nome com uma calma desconhecida pelos seres humanos e então sorris, mostrando ao mundo o pesadelo que afinal és.
Perfeito.
És perfeito de mais para seres filho do diabo, no entanto fui capaz de caminhar pelo lado errado para poder encontrar o teu sabor, o teu cheiro, o teu dom em tirar vidas.
Subitamente o mundo desvaneceu, fulminou-se com a chama que emanava de nós enquanto os teus lábios percorriam a minha carne.
Esperei pelo momento em que sugarias o resto da chama da vida de mim e o momento havia chegado. Usando os teus caninos perfeitos rasgaste os meus pulsos, deixando-os escorrer até que o brilho dos meus olhos desaparecesse e me fizesses tua escrava para sempre, e então, no ultimo suspiro da minha vida ouvi-te dizer "A perfeição não existe e tu agora, também não".
O meu sangue jazia no chão, os meus olhos agora sem vida mostravam as lágrimas derramadas e tu sorrias como se tivesses feito o melhor acto da tua vida demoníaca.


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Suki dakara


Mais um dia na nossa insignificante vida.
Olho o telemóvel procurando por um sinal teu, nada.
Horas se passam e sigo sentada naquele banco de jardim olhando as flores e vou pensando em tudo o que passei a teu lado.
Pouco tempo, é o que me parece. E então desejo voltar aquele dia.
Despedidas à pressa, sem retorno. Então largo a tua mão e sorriu, como para dizer "até um dia" e então parto para não mais voltar ao aconchego dos teus braços.
Penso no futuro sem ti. Penso em todas as palavras que me disseste até hoje, em cada sorriso que me tens dado, na amizade fiel que temos e que sei que estará sempre presente. O meu coração treme ao pensar em ti e desisto de tentar.
Então apercebo-me do que sinto.
Choro. Choro sem parar de alegria por saber o que sinto.
"Suki dakara"
Olho o céu azul cobrir-se de nuvens, eu sorri, e começa a chover. O céu chora comigo, partilha a minha dor e a minha felicidade.
"Suki dakara"
Então penso em como quero voltar a sorrir assim, a sentir-me em casa, em ter um amigo tão presente como tens sido.
"Zettai Suki dakara"
E então levanto-me e caminho por um labirinto de sentimentos. Desisti de ti para poder fazer-te feliz.
"Karappo no watashi dake koko ni ite sakenderu"
E no final eu continuo a amar-te.
"Gomen ne, Suki dakara"

Since              
~ 21 Março de 2011 ~ 

sexta-feira, 13 de maio de 2011

One Day You Will Miss Me



Sentimentos corrompem a minha pura mente. Penso em ti, penso em nós, no que fomos, no que ficou.
Podia enumerar infinitas coisas que me fizeste, fazes e farás sentir, mas não teria sentido fazê-lo agora, quando no meu peito não existe nada mais que dor e sofrimento.
As linhas do destino cruzaram-se em nós, uma amizade douradora, morta pela distância, pelo tempo sem notícias, pelas saudades. E subitamente lembras-te que eu existo. Faz-se luz no teu ser e precisas da minha voz, do meu corpo, da minha língua, de tudo o que um dia tiveste e não podes ter mais.
Voltas as costas ao que um dia fomos e caminhas.
Preciso-te.

Necessito-te como água.
E então voltas como se nunca tivesses partido, recuperando o meu coração, acariciando-me nos lugares mais secretos. Descodificas-me, abres-me ao mundo, ensinas-me, partes-me em duas metades perfeitas, completas o que falta para me tornar perfeita e, subitamente, tudo se desvanece, deixando o rasto do teu cheiro na minha roupa, o calor do teu corpo na minha pele e a suavidade do teu toque no meu cabelo. Ainda sinto o teu sabor, ainda sei de cor todos os gestos, todas as expressões, prazer e dor, como só eu te proporcionava.
Voltas e vais.

Vou e volto.
E então caminhamos para lados opostos, como se a minha existência te fosse desconhecida, assim como a tua para mim, mas eu sei e tu sabes, que os nossos corpos sempre saberão o nome um do outro. O teu corpo vai gemer por mim e eu não estarei. Desvaneci, como tu fizeste para comigo.
E sentirás a minha falta. Pedirás que retorne, pedirás por mais, por sentir as minhas unhas cravadas na tua pele, por sugares a minha pele.
Não haverá.
Sentirás falta das minhas mãos percorrendo o teu corpo.
Não existirá.
Procurarás pela minha língua, pela minha boca.
Desapareceu.
E no fim, eu seguirei o meu caminho, deixando na tua pele o meu nome.
Vais sentir saudades quando partir, vais gritar o meu nome e eu irei seguir.

(Desde       
10-02-2009    
a pensar em ti)