Sentimentos corrompem a minha pura mente. Penso em ti, penso em nós, no que fomos, no que ficou.
Podia enumerar infinitas coisas que me fizeste, fazes e farás sentir, mas não teria sentido fazê-lo agora, quando no meu peito não existe nada mais que dor e sofrimento.
As linhas do destino cruzaram-se em nós, uma amizade douradora, morta pela distância, pelo tempo sem notícias, pelas saudades. E subitamente lembras-te que eu existo. Faz-se luz no teu ser e precisas da minha voz, do meu corpo, da minha língua, de tudo o que um dia tiveste e não podes ter mais.
Voltas as costas ao que um dia fomos e caminhas.
Preciso-te.
Necessito-te como água.
E então voltas como se nunca tivesses partido, recuperando o meu coração, acariciando-me nos lugares mais secretos. Descodificas-me, abres-me ao mundo, ensinas-me, partes-me em duas metades perfeitas, completas o que falta para me tornar perfeita e, subitamente, tudo se desvanece, deixando o rasto do teu cheiro na minha roupa, o calor do teu corpo na minha pele e a suavidade do teu toque no meu cabelo. Ainda sinto o teu sabor, ainda sei de cor todos os gestos, todas as expressões, prazer e dor, como só eu te proporcionava.
Voltas e vais.
Vou e volto.
E então caminhamos para lados opostos, como se a minha existência te fosse desconhecida, assim como a tua para mim, mas eu sei e tu sabes, que os nossos corpos sempre saberão o nome um do outro. O teu corpo vai gemer por mim e eu não estarei. Desvaneci, como tu fizeste para comigo.
E sentirás a minha falta. Pedirás que retorne, pedirás por mais, por sentir as minhas unhas cravadas na tua pele, por sugares a minha pele.
Não haverá.
Sentirás falta das minhas mãos percorrendo o teu corpo.
Não existirá.
Procurarás pela minha língua, pela minha boca.
Desapareceu.
E no fim, eu seguirei o meu caminho, deixando na tua pele o meu nome.
Vais sentir saudades quando partir, vais gritar o meu nome e eu irei seguir.
(Desde
10-02-2009
a pensar em ti)
Sem comentários:
Enviar um comentário