O dia acaba de começar.
Sento-me na cama, os lençóis de seda não são capazes de esconder a minha pele branca diante os primeiros raios de sol que entram pela janela, passo a mão pelo cabelo lembrando cada momento da noite passada.
Assustada olho para o lado encontrando-te deitado sereno como um anjo, faço menção de te tocar e detenho-me ao último milímetro.
Intocável.
Como um raio, esquecendo a minha nudez, levanto-me da cama e percorro o quarto recolhendo as minhas roupas, entro na casa de banho e olho-me ao espelho.
Marcas.
Sentimento de prazer percorre todos os meus poros. Percorrendo a minha mente à procura de um pouco de lucidez, dou por mim a acariciar cada marca feita por ti, e sorrio de lado com tamanhas lembranças.
Passo a mão novamente pelas longas madeixas e recupero a minha consciência.
Inspiro e expiro.
Visto-me, ainda sentindo o calor da tua pele na minha, os teus dedos percorrendo a minha pele, a tua boca na minha, os teus dentes nos meus ombros e então olho a minha imagem reflectida no espelho, "Mais uma noite...", suspiro e sorrio.
Abro a porta que dá para o quarto e olho a cama.
Desapareceste.
"Espero que não penses fugir de mim novamente", uma voz atrás de mim se prenunciou e eu soube que não ia sair daquela cama tão cedo.
Nós sabíamos que após sairmos daquele quarto começaria a corrida contra o tempo, e tu terias de me encontrar novamente.
- Porque no jogo da apanhada a dois, nenhum perde, ambos ganham. -
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